quinta-feira, 30 de julho de 2015

TEGRAM DO MARANHÃO COMEÇA A OPERAR

30/07/2015 - Terminal de Grãos do Maranhão começa a exportar milho; recebe primeiro trem

Por Gustavo Bonato

SÃO PAULO (Reuters) - O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), um dos novos grandes terminais exportadores do agronegócio brasileiro, carrega nesta quarta-feira seu primeiro navio de milho, poucos meses após iniciar a operação com soja.

Além disso, na madrugada desta quarta-feira começou o descarregamento do primeiro trem graneleiro no terminal.

"Nossa estimativa é da ordem de 800 mil a 1 milhão de toneladas de milho saindo por lá até o fim do ano", revelou à Reuters o executivo representante do Tegram, Luiz Claudio Santos.

O Tegram, construído em São Luís por um consórcio composto por NovaAgri, Glencore, CGG Trading e Amaggi/Louis Dreyfus, é um dos grandes terminais que passaram a reforçar as operações de companhias exportadoras que buscam alternativas aos congestionados portos do Sul e do Sudeste do Brasil.

A primeira carga de milho exportada foi vendida pela trading CGG para o Oriente Médio, afirmou Santos, diretor de Logística e Infraestutura da CGG.

O terminal despachou seu primeiro navio com soja em meados de março e agora passa a embarcar também milho, cereal que deverá dominar a pauta de exportações de grãos do Brasil no segundo semestre, após uma grande colheita no Centro-Oeste.

Até o momento, o Tegram já exportou 1,51 milhão de toneladas de soja, em 24 navios.

A previsão, segundo Santos, é operar ainda oito navios com soja em agosto e mais dois em setembro.

Gradualmente, no segundo semestre, o milho deverá dominar os embarques. A expectativa é fechar este primeiro ano de operações com exportações de 2,5 milhões de toneladas de grãos.

Após investimentos relativamente recentes, os terminais do Norte e Nordeste passaram ter uma papel mais relevante no escoamento da safra brasileira, e devem ganhar cada vez mais importância nos próximos anos.

A Reuters revelou na semana passada que a Multigrain, da japonesa Mitsui, começou a exportar soja não transgênica por um terminal incomum, no litoral de Sergipe, há cerca de dois meses.

Ainda no ano passado, as gigantes Bunge e ADM despacharam seus primeiros navios de soja por terminais localizados em Barcarena (PA), aproveitando-se do corredor fluvial da região do rio Amazonas.

Segundo o Tegram, as chuvas --que, quando ocorrem, obrigam o fechamento dos porões dos navios e interrompem os embarques-- não serão problemas para as operações nos próximos meses, já que a estação seca na região dura de julho a dezembro.

FERROVIA

O Tegram está na ponta norte da Ferrovia Norte-Sul e da Estrada de Ferro Carajás, operando ao lado de terminais de grãos e minério de ferro da VLI Logística e da Vale, na capital maranhense.

Até esta semana, no entanto, o Tegram recebia apenas grãos por meio de caminhões.

A VLI, que opera na ferrovia, entregou a obra de um ramal de cerca de dois quilômetros, que permitiu o acesso do primeiro trem, contratado pelo consórcio Amaggi/Louis Dreyfus Commodities.

"O modal ferroviário vai representar 70 a 80 por cento da nossa logística. O primeiro comboio de soja foi descarregado nesta madrugada", afirmou Santos.

Ao longo dos próximos meses, os descarregamentos ferroviários deverão gradualmente ganhar força no Tegram, ampliando as opções logísticas para produtores e empresas exportadoras que atuam em Tocantins, sul do Maranhão e leste de Mato Grosso, regiões de grande expansão de lavouras.

A VLI confirmou que dois novos terminais de transbordo, em Porto Nacional e Palmeirante, ambos em Tocantins, estarão recebendo caminhões e carregando grãos nos comboios ferroviários já para a próxima safra 2015/16.

Após os testes de 2015, o Tegram espera exportar 3,5 milhões de toneladas de grãos no ano que vem, projetou Santos.

Quando a capacidade operacional da primeira fase do projeto for atingida, serão 5 milhões de toneladas anuais.
Reuters

quarta-feira, 15 de julho de 2015

FOTOSSINTESE ARTIFICIAL

Energia

Nascem primeiros painéis de fotossíntese artificial

Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/07/2015
Tungstênio transforma luz do Sol em hidrogênio
Os painéis de fotossíntese artificial produzidos ainda são pequenos, mas a técnica pode ser aplicada em grandes dimensões. [Imagem: Xiaoyun Yu et al. - 10.1038/ncomms8596]
Energia solar e hidrogênio
São várias as técnicas em desenvolvimento no campo dafotossíntese artificial, que busca uma forma de usar a energia solarpara quebrar moléculas de água e produzir hidrogênio.
hidrogênio é uma fonte de energia interessante porque tanto poderia ser utilizado diretamente nas usinas térmicas atuais - sendo queimado para produzir eletricidade ou vapor nas indústrias, por exemplo -, como em células a combustível, produzindo eletricidade sem a emissão de qualquer poluente.
Isto não é possível hoje porque o hidrogênio é produzido a partir do gás natural - o que, de certa forma, o torna um "neto" doschamados combustíveis fósseis.
Xiaoyun Yu e seus colegas da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, desenvolveram agora uma solução para a fotossíntese artificial que prima pela simplicidade e pelo baixo custo, podendo finalmente apontar o caminho para a conversão de uma economia baseada em fontes de energia sujas para fontes de energia limpas.
Painel de fotossíntese artificial
O processo de fotossíntese artificial - a quebra da molécula de água para produzir o hidrogênio - é feito por uma folha monoatômica de disseleneto de tungstênio, um material bidimensional menos famoso do que o grafeno, mas já usado para construir nanolasers.
Os materiais bidimensionais são muito bons em converter a luz solar em eletricidade, mas é difícil fabricá-los nas dimensões de um painel solar - ou de um painel de fotossíntese artificial.
Tungstênio transforma luz do Sol em hidrogênio
Esquema da técnica de fabricação das folhas bidimensionais de disseleneto de tungstênio. [Imagem: Xiaoyun Yu et al. - 10.1038/ncomms8596]
Yu e seus colegas resolveram a questão aspergindo seu material entre dois líquidos que não se misturam - água e óleo. Isto criou uma parede que pressionou os cristais de disseleneto de tungstênio. A aplicação de vibrações sônicas fez com que esses cristais se esfoliassem e formassem uma película - ou filme fino - do material monocamada.
Os líquidos foram então removidos e o filme fino foi cuidadosamente transferido para uma base de plástico flexível, criando um painel solar pronto para produzir hidrogênio.
"[A técnica] é adequada para processamento rolo a rolo de alta velocidade. Considerando a estabilidade desses materiais e a facilidade relativa do nosso método de deposição, isto representa um importante avanço rumo a uma conversão energia solar-combustível líquido viável economicamente," disse o professor Kevin Sivula, orientador do trabalho.